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Cólica não é apenas menstrual: identifique sua dor e saiba como se tratar

Aquela pontada incômoda na barriga nem sempre é sinal de que a sua menstruação chegou. Ela pode ser consequência de doenças como a endometriose, ou até problemas de ovulação. Por isso, separamos um guia especial com tudo sobre o assunto: causas, sintomas, tratamentos

Nem toda cólica é igual! Sabendo identificar a sua, fica mais fácil definir o tratamento.

Dá vontade de chorar só de pensar que aquela dorzinha incômoda na região da barriga está prestes a dar as caras, não é mesmo? A cólica, ou “dor com hora marcada”, pode ser suave ou até representar noites em claro, uso exagerado de analgésicos e, muitas vezes, até mesmo internação. De acordo com o ginecologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Sérgio Podgaec, a sensibilidade à dor é muito pessoal e a intensidade da cólica menstrual pode variar, inclusive, pela forma como cada mulher lida com esse sintoma. “Por isso, peço a toda mulher que chega se queixando de cólica no meu consultório para dar uma nota de zero a dez para a dor. Notas acima de sete são significativas e devem ser investigadas”, ressalta. Entretanto, quando a dor não passa mesmo após a ingestão de medicamentos ou vem acompanhada de incômodo na relação sexual, fluxo intenso, corrimento ou febre, o quadro pode ir além da cólica menstrual, apresentando sintomas de doenças como a endometriose, mioma ou até inflamação pélvica. Não sabe a diferença? Abaixo, todos os tipos de cólica para você saber identificar qual é a sua e descobrir qual é o melhor tratamento.

Cólica menstrual Causas: Ela não tem uma causa determinada. Aparece, principalmente, devido à alterações inflamatórias normais do útero durante o período menstrual. O endométrio, camada que recobre a parte interna do útero é preparado durante o ciclo menstrual para a gravidez. Se ela não ocorre, o endométrio sofre uma descamação, liberando o sangue. Para evitar uma possível hemorragia, o útero se contrai, provocando a dor. Sintomas: Sabe aquela sensação de que aquela região logo abaixo ventre está sendo esmagada? Então… Ela costuma durar aproximadamente dois dias e, dependendo da intensidade, pode vir acompanhada de náuseas, dor de cabeça e nos seios, irradiação lombar e mudança no hábito intestinal. Alívio já: O tratamento é bem simples: bolsas de água quente na região da barriga e aquele santo remedinho para cólica que toda mulher carrega na bolsa (sempre com indicação médica, claro). O uso de anticoncepcionais pode ajudar na prevenção de alguns sintomas, além de exercícios físicos, como a corrida, que eleva os níveis de betaendorfinas, aliviando a dor.

Cólica de mioma Causas: Uma doença ginecológica muito comum, que acomete mais de 50% das mulheres. A causa desse tumor benigno que se desenvolve na parede muscular do útero é possivelmente genética e o crescimento de miomas depende da ação dos hormônios estrogênio e progesterona, produzidos durante o ciclo menstrual. Sintomas: A dor normalmente surge no baixo ventre, na região lombar, no flanco ou nas perdas, mas depende, principalmente, da posição e do tamanho desses nódulos. Miomas volumosos e dentro da cavidade uterina podem provocar aumento do fluxo menstrual e cólicas constantes ou somente no período menstrual. Miomas muito grandes também podem pressionar a bexiga e o intestino, apresentando sintomas urinários e intestinais, como vontade de usar o banheiro várias vezes ao dia. Alívio já: Procure um médico para saber o que tomar para diminuir o sangramento e as cólicas. Em alguns casos, há necessidade de cirurgia para a retirada do tumor ou, dependendo da idade e antecedentes obstétricos da paciente, há a indicação da retirada do útero. A doença infelizmente não pode ser prevenida, porém, depois de diagnosticada, o acompanhamento clínico e exames de imagem periódicos ajuda a observar se os tumores estão, ou não, crescendo.

Cólica de endometriose Causas: De acordo com o ginecologista, a doença está presente em até 15% das mulheres que ainda menstruam e acomete 50% das pacientes que têm dor pélvica e 30 a 40% das mulheres com sintomas de infertilidade. A dor relacionada à endometriose ocorre quando um componente genético, relacionado à defesa do organismo, faz com que o tecido do endométrio se desenvolva em outros órgãos, como trompas e ovários. Sua causa normalmente está ligada à genética ou a falhas no sistema imunológico. Sintomas: Dor intensa se apresenta em forma de cólica durante o período menstrual. Dor pélvica constante fora do período da menstrual, além de incômodos no fundo da vagina durante a relação sexual. “Algumas mulheres ainda sentem dor ao evacuar ou ao urinar durante a fase em que está menstruando”, diz Sérgio. Alívio já: O tratamento da endometriose pode ser realizado pelo bloqueio do fluxo menstrual com o uso de hormônios anticoncepcionais contínuo, porém, a grande maioria das mulheres tem indicação de procedimento cirúrgico para a retirada das lesões da doença, melhorando os quadros de dor intensa na pélvis e na parte inferior do abdome.

Cólica de doença inflamatória pélvica Causas: Aguda ou com sequelas crônicas, a inflamação pélvica, de fato, é uma infecção dos órgãos genitais femininos que pode evoluir gravemente, afetando útero, trompas uterinas e ovários. Ela aparece por meio de uma bactéria transmitida pela relação sexual. Sintomas: A doença aguda, em geral, provoca dor na região pélvica, febre e corrimento vaginal com a presença de pus e odor forte, e pode eventualmente deixar sequelas, como dor constante na região da pélvis, sem relação com o ciclo menstrual e infertilidade. Alívio já: O tratamento é realizado com antibióticos, porém em casos muito graves, há necessidade de cirurgia. Nas sequelas crônicas, em especial na dor pélvica, Sérgio recomenda acupuntura, fisioterapia e tratamento específicos para a dor. Para prevenir a doença é fundamental o uso de preservativos durante as relações sexuais.

Cólica de ovulação Causas: “Esse tipo de cólica pode ocorrer no meio do ciclo menstrual, justamente no período ovulatório e dura, em média, um ou dois dias”, explica o ginecologista. Mulheres que tomam anticoncepcionais hormonais não apresentam esse sintoma pois a pílula bloqueia a ovulação. A cólica ocorre porque, durante a ovulação há um pequeno sangramento no ovário, o que causa uma irritação no peritônio, membrana que recobre o abdome, provocando a dor. Sintomas: Dor em forma de pontada, mais constante na região pélvica e na parte baixa do abdome. Normalmente se apresenta somente de um lado e dura apenas alguns minutos. Em alguns casos, pode durar por um ou dois dias, além de resultarem em um pequeno sangramento vaginal. Alívio já: Por se tratar de uma reação ocasional do organismo, o único modo de aliviar a dor é com o uso de analgésicos, antiespasmódicos ou anti-inflamatórios. Mas antes de se medicar, procure um médico para saber se sua cólica é mesmo provocada pela ovulação.

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