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Síndrome do pânico. Entenda as causas e tratamentos da doença

Engana-se quem pensa que a síndrome do pânico é uma doença incomum. Presente principalmente entre as mulheres, ela pode trazer consequências se não for tratada corretamente.

Síndrome do Pânico é uma doença grave, mas com grandes chances de cura (Imagem: Pinterest/The Huffington Post)

A síndrome do pânico é um assunto sério! Mais comum do que podemos imaginar, este transtorno psiquiátrico atualmente atinge de 3 a 5% da população e pode afetar negativamente nosso estilo de vida. Ela é caracterizada pela ocorrência espontânea e inesperada de ataques de pânico, que podem variar de vários episódios por dia para apenas alguns ataques por ano.

Infelizmente, não há como prever as tais crises. Pelo menos nos estágios iniciais do transtorno, parece não haver nada específico capaz de desencadear o ataque, mas há indícios de que lembrar-se de crises de pânico anteriores pode contribuir e levar a uma nova crise.

Quem sofre com a síndrome pode apresentar mudanças de comportamento significativas, como o isolamento e a exclusão de certas situações ou locais, além de perda de controle, enlouquecimento e, em casos mais extremos, até a morte. “As mulheres são três vezes mais propensas do que os homens a sofrer desse mal. Apesar de poder ocorrer em pessoas de qualquer idade, geralmente se desenvolve entre 18 e 45 anos, com uma idade média de início de 24 anos”, explica o médico psiquiatra e professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Arthur Guerra.

Diagnóstico e sintomas Para diagnosticar a doença, dr. Arthur explica que quatro ou mais ataques de medo ou de ter outro ataque de pânico devem ocorrer em um período de quatro semanas, ou um ou mais ataques seguidos por pelo menos um mês.

“Os ataques de pânico são definidos como um período de medo ou sensação desagradável intensa, em que quatro de 13 sintomas peculiares da síndrome surgem de forma abrupta e atingem pico de intensidade em até 10 minutos”, diz.

Durante o episódio, os pacientes podem ter o desejo de fuga, além da sensação de mau-estar, como se estivessem morrendo de um ataque cardíaco ou asfixia.

Atenção para os sintomas mais comuns:

– Sensação de perigo iminente – Palpitações ou batimentos cardíacos acelerados – Suor – Tremor ou estremecimento – Sensação de falta de ar, asfixia ou sufocamento – Dor ou desconforto no peito – Náusea ou desconforto abdominal – Tonturas, instabilidade ou desmaios – Sentimento de frustração e fracasso consigo mesmo – Medo de perder o controle ou enlouquecer – Medo de morrer – Dormência ou formigamento – Calafrios ou ondas de calor

Outros sinais ou sintomas podem incluir: dor de cabeça, mãos frias, diarréia, insônia, fadiga, pensamentos intrusivos, e ruminações.

Causas da doença Atualmente se entende por “síndrome do pânico” um conjunto de fatores que, se combinados com as influências do meio ambiente, tornam possível a manifestação dos sintomas. Acidentes, doenças graves, conflitos interpessoais ou experiências que geram tristezas profundas, como a perda de parentes e amigos, podem desencadear alguns sintomas da doença.

Dr. Arthur Guerra lembra ainda que o uso de maconha e de estimulantes, tais como a cafeína, descongestionantes nasais e cocaína também estão diretamente ligados à manifestação da síndrome do pânico.

Risco para outros transtornos: Além de todos os prejuízos causados pela doença, o transtorno, se não tratado urgentemente com ajuda pisquiátrica, pode desencadear o aparecimento de outras doenças.

– Pacientes com transtorno de pânico também têm alto risco (80%) de ter outros transtornos psiquiátricos, como ansiedade e dependência de álcool. – A síndrome do pânico, em muitos casos acaba levando o paciente a sofrer de transtornos de humor. As chances do surgimento de doenças como depressão aumentam em até 60%. – Pessoas com transtorno do pânico são seis vezes mais propensas a desenvolver doenças respiratórias, como a asma.

Tratamento Os dados são bem expressivos. E em muitos casos, assustadores! Mas a boa notícia é que a doença tem cura! É importante ressaltar que o acompanhamento psicológico e a ingestão de medicamentos não devem ser vistos como alternativas, mas sim como parceiros no tratamento de pessoas que sofrem com a síndrome, uma vez que a combinação dessas duas táticas é superior – e consideravelmente mais forte – do que as duas modalidades isoladamente.

Tratamento a base de remédios: Ao optar pelos medicamentos, o tratamento da síndrome é feito basicamente através da inclusão de antidepressivos ou benzodiazepínicos. “Vale ressaltar que os primeiros não causam risco de dependência, enquanto os segundos, apesar de poderem causar depedência com o uso continuado, são boas escolhas iniciais pelo efeito mais rápido sobre os sintomas”, explica Arthur.

Tratamento psicológico: O tratamento psicoterápico mais utilizado entre os especialistas é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), que inclui não só técnicas para lidar com a ansiedade, como técnicas de relaxamento e respiração, técnicas cognitivas (visando a correção de pensamentos distorcidos), técnicas de psicoeducação (importantes para o paciente poder conhecer sobre seu diagnóstico, sintomas, tratamentos disponíveis) e técnicas de exposição, onde o paciente vivencia voluntariamente alguns dos sintomas, para aprender a controlá-los e não deixar que eles tomam as rédias do seu psicológico. “A TCC, em geral, pode ser feita em um período curto, de 10 a 20 sessões e seus resultados são bem positivos, levando ao desaparecimento do transtorno e controle total dos sintomas de pânico”.

matéria do site: www.fabianascaranzi.com.br

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